Reza uma antiga lenda que
um monge hindu chamado Boddhidharma caminhou da Índia até a China, pois
acreditava que o budismo praticado na China estava tomando um rumo errado.
Lá chegando, após
algum tempo, o monge seguiu para o Templo Shaolin onde passou a ensinar seus
conceitos e técnicas de meditação e exercícios físicos e movimentos de
autodefesa que mais tarde seriam conhecidos por Wu Shu e posteriormente
popularizado com o nome de Kung Fu.
Na antiga China,
apesar de já existirem algumas formas de boxe chinês, o Templo de Shaolin do
Norte foi o maior centro de ensino de artes marciais do país. Porém, por ser um
templo, seus integrantes eram todos monges e, como tais, praticavam a
meditação, a caligrafia, a pintura e, em um último plano, as artes marciais,
que tinha como objetivo melhorar a saúde do corpo fortificando-o para que
pudesse dar moradia a um espírito em paz.
Note bem, os monges
praticavam a Arte da Guerra ao mesmo tempo que praticavam os movimentos suaves
da Caligrafia, os fortes exercícios de força física e a suavidade da meditação.
Essa pratica demonstra
o perfeito equilíbrio presente em uma vida saudável.
“ ... a pena e a espada são
inseparáveis como duas rodas de uma carroça. ” (Gichin Funakoshi na introdução
de seu livro Ryukyu Kempo Karatê )
Nesse tempo de
ISOLAMENTO tenho pensado muito nessa frase, e me lembrei que a muitos anos
atrás fiz uma cirurgia na minha perna direita (por haver sofrido uma lesão no
nervo ciático) e fiquei mais de 6 meses em casa, com uma agravante: meus pais e
meus irmãos todos os dias saíam para trabalhar e eu ficava só, em uma época onde
eu não conhecia Internet ou TV a cabo. Por não poder me locomover ficava
praticamente o dia todo sentado ou deitado lendo ou vendo TV e repassando minha
vida inteira a limpo.
Com toda certeza afirmo: minha vida jamais foi a mesma depois dessa experiência. Muitos dos meus conceitos foram reavaliados, muita coisa descartada e muita coisa acrescentada.
Para mim, particularmente, tenho tomado esse momento como uma chance de desacelerar, seria a própria vida me pedindo calma? Para largar um pouco a “espada” e pegar a “pena”? Uma chance para pensar quem tenho sido e o que tenho feito, e com tantos dias fechado tenho a chance de me avaliar: não no sentido de me condenar ou me justificar, mas em um contexto de autoconhecimento. Escrever os meus planos para a retomada das minhas atividades, planos para me dar um referencial mesmo sabendo que nada obedece um roteiro bem definido, a pandemia é uma prova disso.
Acho que é esse o significado da espada e da pena. Existe um tempo da Espada em que somos levados ao campo de batalha no cumprimento da nossa missão e um tempo da “Pena” onde a própria vida “pede calma” nos leva a reflexão, a voltar o olhar para dentro. Somente para lembrar os Monges praticavam A Arte Marcial (espada) e a Caligrafia (Pena) representando dessa forma o equilíbrio da vida.
Com toda certeza afirmo: minha vida jamais foi a mesma depois dessa experiência. Muitos dos meus conceitos foram reavaliados, muita coisa descartada e muita coisa acrescentada.
Para mim, particularmente, tenho tomado esse momento como uma chance de desacelerar, seria a própria vida me pedindo calma? Para largar um pouco a “espada” e pegar a “pena”? Uma chance para pensar quem tenho sido e o que tenho feito, e com tantos dias fechado tenho a chance de me avaliar: não no sentido de me condenar ou me justificar, mas em um contexto de autoconhecimento. Escrever os meus planos para a retomada das minhas atividades, planos para me dar um referencial mesmo sabendo que nada obedece um roteiro bem definido, a pandemia é uma prova disso.
Acho que é esse o significado da espada e da pena. Existe um tempo da Espada em que somos levados ao campo de batalha no cumprimento da nossa missão e um tempo da “Pena” onde a própria vida “pede calma” nos leva a reflexão, a voltar o olhar para dentro. Somente para lembrar os Monges praticavam A Arte Marcial (espada) e a Caligrafia (Pena) representando dessa forma o equilíbrio da vida.
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